Em tese, define-se Abuso Sexual como qualquer conduta       sexual com uma criança levada a cabo por um adulto ou por outra criança       mais velha. Isto pode significar, além da penetração vaginal ou anal na       criança, também tocar seus genitais ou fazer com que a criança toque os       genitais do adulto ou de outra criança mais velha, ou o contacto       oral-genital ou, ainda, roçar os genitais do adulto com a criança.
Às vezes ocorrem outros tipos de abuso sexual que chamam menos       atenção, como por exemplo, mostrar os genitais de um adulto a um criança,       incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos, ou utilizar a       criança para elaborar material pornográfico ou obsceno.           A Criança Abusada                            
Devido ao fato da criança       muito nova não ser preparada psicologicamente para o estímulo sexual, e       mesmo que não possa saber da conotação ética e moral da atividade       sexual, quase invariavelmente acaba desenvolvendo problemas emocionais       depois da violência sexual, exatamente por não ter habilidade diante       desse tipo de estimulação.
A criança de cinco anos ou pouco mais, mesmo conhecendo e       apreciando a pessoa que o abusa, se sente profundamente conflitante entre       a lealdade para com essa pessoa e a percepção de que essas atividades       sexuais estão sendo terrivelmente más. Para aumentar ainda mais esse       conflito, pode experimentar profunda sensação de solidão e abandono.
Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode       ter muito medo da ira do parente abusador, medo das possibilidades de       vingança ou da vergonha dos outros membros da família ou, pior ainda,       pode temer que a família se desintegre ao descobrir seu segredo.
A criança que é vítima de abuso sexual prolongado,       usualmente desenvolve uma perda violenta da auto-estima, tem a sensação       de que não vale nada e adquire uma representação anormal da       sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiaça       em todos adultos e pode até chegar a considerar o suicídio,       principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que abusa ameaçar       de violência se a criança negar-se aos seus desejos.
Algumas crianças abusadas sexualmente podem ter dificuldades       para estabelecer relações harmônicas com outras pessoas, podem se       transformar em adultos que também abusam de outras crianças, podem se       inclinar para a prostituição ou podem ter outros problemas sérios quando       adultos.
Comumente as crianças abusadas estão aterrorizadas, confusas       e muito temerosas de contar sobre o incidente. Com freqüência elas       permanecem silenciosas por não desejarem prejudicar o abusador ou       provocar uma desagregação familiar ou por receio de serem consideradas       culpadas ou castigadas. Crianças maiores podem sentir-se envergonhadas       com o incidente, principalmente se o abusador é alguém da família.
Mudanças bruscas no comportamento, apetite ou no sono pode ser       um indício de que alguma coisa está acontecendo, principalmente se a       criança se mostrar curiosamente isolada, muito perturbada quando deixada       só ou quando o abusador estiver perto.
O comportamento das crianças abusadas sexualmente       pode incluir:
       1.Interesse excessivo ou evitação de natureza sexual;
2.Problemas com o sono ou pesadelos;
3.Depressão ou isolamento de seus amigos e da família;
4.Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
5.Ter medo de que haja algo de mal com seus genitais;
6.Negar-se a ir à escola,
7.Rebeldia e Delinqüência;
8.Agressividade excessiva;
9.Comportamento suicida;
10.       Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;
11.       Retirar-se ou não querer participar de esportes;
12.       Respostas ilógicas (para-respostas) quando perguntamos sobre       alguma ferida em seus genitais;
13.       Temor irracional diante do exame físico;              
14.       Mudanças súbitas de conduta.              
        Algumas vezes, entretanto, crianças ou adolescentes       portadores de Transtorno       de Conduta severo fantasiam e criam falsas informações em relação       ao abuso sexual.